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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Relógio do Legislativo boliviano passa a girar no sentido anti-horário



O relógio do prédio do Legislativo em La Paz foi alterado para reforçar cultura nacional da Bolívia 
(Foto: AP Photo/Juan Karita)


Objetivo é reforçar que a Bolívia é uma nação do sul e não do norte.

Mudança foi feita na última sexta, quando começou o inverno no sul.

O relógio da fachada do edifício do Legislativo boliviano, em La Paz, foi alterado na meia-noite da última sexta-feira e passou a girar no sentido anti-horário, para reforçar que a Bolívia é uma nação do sul e não do norte, segundo afirmaram nesta terça-feira (24) ministro das Relações Exteriores, David Choquehuanca, e o presidente do Senado, Eugenio Rojas.

A numeração do relógio também foi invertida, surpreendendo quem passava pela rua e provocando o ceticismo da imprensa e nas redes sociais.


David Choquehuanca
"Não temos que complicar, simplesmente nos conscientizar que vivemos no sul. Não estamos no norte", disse Choquehuanca, que insistiu que a iniciativa, longe de pretender "causar algo a alguém", pretende revalorizar a cultura nacional.

"Quem disse que o relógio tem que girar desse lado sempre? Por que sempre temos que obedecer, por que não podemos ser criativos?", questionou o ministro boliviano.

O relógio foi invertido na últimas sexta, quando começou o inverno no hemisfério sul, explicou Rojas.

Choquehuanca revelou que na recente celebração da Cúpula dos países do G77 e a China, na Bolívia, quase todas as delegações receberam um relógio de mesa com estas características, em forma de mapa boliviano e que incluía o território litorâneo que o país perdeu em uma guerra contra o Chile em 1879.


O chanceler boliviano admitiu que a ideia não é absolutamente original porque ele ganhou um relógio de pulso com essas características em Londres, mas ressaltou que essa foi uma criação vinculada à identidade do sul.

As autoridades bolivianas devem trabalhar para aumentar essa consciência, mas não impor nenhuma mudança para as pessoas, porque o relógio anti-horário representa "uma sacudida no cérebro".

Segundo o ministro, a iniciativa está no contexto de outros avanços do reconhecimento da cultura andina, como o uso da bandeira indígena whipala, hoje um símbolo nacional reconhecido na Constituição.

Choquehuanca também citou a folha de coca, protegida pela Carta Magna, as campanhas a favor da Madre Tierra, ou Pachamama, e a revalorização da quinoa.

O chanceler boliviano ressaltou a necessidade de uma mudança de mentalidade para entender essas propostas e de estimular o funcionamento dos dois hemisférios do cérebro para entender "os relógios do sul".


Fonte: EFE
Imagens: EFE, Google


quinta-feira, 26 de junho de 2014

União Europeia aposta em parcerias público-privadas de guerra



O maná dos negócios de guerra decididos por governos e subcontratados a grupos privados cresce exponencialmente na África depois dos “bons resultados”, segundo os interessados, obtidos no Iraque e no Afeganistão. A União Europeia é uma das entidades mais ativas na criação de parcerias público-privadas de morte. 

Por Sylvie Moreira, de Paris, e Pilar Camacho, de Bruxelas para o Jornalistas sem Fronteiras

O Serviço de Ação Externa da União Europeia (SAE), ainda dirigido pela baronesa Catherine Ashton - mas que pode vir a ser tutelado pelo ministro polaco dos Negócios Estrangeiros Sikorski, um dos artífices do golpe de Estado na Ucrânia - abriu o leilão para renovação dos serviços de proteção da delegação da União Europeia em Trípoli, na Líbia.


Os serviços de proteção da delegação, tornados indispensáveis devido à situação de guerra e desmantelamento da Líbia, de que a União Europeia é uma das entidades responsáveis, têm vindo a ser desempenhados pela Argus Security Project, uma empresa privada registrada em Chipre, mas que foi fundada em 1997 na Hungria e cujos negócios floresceram com as situações de guerra nas Bálcãs.



A Argus tem “um gabinete de ligação” com a União Europeia em Bruxelas, desenvolveu uma filial na Líbia e tem missões em curso designadamente no Iêmen e no Sudão do Sul, onde “colabora com tropas internacionais”. O Sudão do Sul é o mais recente “redesenho de fronteiras” determinado pela comunidade internacional para supostamente resolver uma guerra que continua a ser travada em pleno.


Além da Argus concorrem para a proteção da delegação da União Europeia em Trípoli a canadense GardaWorld e a francesa Amarante. A GardaWorld ganhou anteriormente o “concurso” para proteção da EUBAM, a Missão da União Europeia para a Assistência de Fronteiras na Líbia, mas o processo foi contestado em recurso pela Argus. 


Sobre a “transparência e ética de tais processos”, diz-se em Bruxelas no interior do próprio Serviço de Ação Externa, “basta ver que o Conselho Europeu foi obrigado a acionar o Gabinete Anti Fraude devido a casos de desaparecimentos de armamentos nestes ambientes”. 

“Em março deste ano”, revela a mesma fonte, “foram roubadas cerca de 20 caixas de armas e munições no aeroporto de Trípoli que tinham a GardaWorld como destino. Na circunstância a empresa afirmou que se viu obrigada a comprar armas a uma concorrente britânica para desempenhar a missão de proteção da EUBAM”. A empresa parceira da GardaWorl na Líbia é a Safety International, registrada no Kuwaiy.



Para “apoiar” os cerca de mil soldados que tem vindo a instalar na República Centro Africana, a União Europeia escolheu o grupo francês EDA (Economat des Armes), de propriedade estatal mas que, por sua vez, recorre também aos serviços do grupo privado Ecolog, com registro nos Emirados Árabes Unidos (EAU). A escolha desta parceiro está a ser igualmente contestada por outros que se apresentaram a concurso como o norte-americano Supreme Group e o francês Losberger.



“Estes grupos não estão muito convencidos quanto à transparência dos resultados, porque a EDA já tem uma outra parceria com a Ecolog para ‘apoiar’ também as ‘forças de manutenção de paz’ da ONU no Mali”, explica Louis Lampard, pacifista canadense que se dedica a investigar os aspectos globais da privatização da guerra.

“As francesas Aden e Sodexho estão revoltadas com a ligação da EDA à Ecolog, tanto mais que consideram o Mali como uma zona preferencial de intervenção da França”, declara Lampard

Além da União Europeia, praticamente todas as instituições internacionais como as Nações Unidas, a NATO, a União Africana, além do caso amplamente conhecido do Pentágono, subcontratam empresas de segurança e de logística nas guerras de intervenção que vão realizando sejam sob a capa de “missões humanitárias”, sejam “outros disfarces”, afirma o investigador canadense.

Citou o caso do grupo francês de telecomunicações Thales, que neste momento transfere as suas torres de comunicações, alugadas à NATO no Afeganistão, para a República Centro-Africana, agora ao serviço da EUFOR, a Força de Reação Rápida da União Europeia.




“O grupo Thales também já está presente no Mali, ao lado da France Expertise Internationale, para apoiar as forças da Minusma, um corpo de intervenção de fato da Otan embora sob as cores das Nações Unidas, como já aconteceu anteriormente nos Bálcãs”, afirma Louis Lampard. 

“A mistura de interesses, de cumplicidades públicas e privadas e de dinheiros, tudo isto à volta de uma florescente indústria global de morte, é impressionante e creio estar ainda numa fase quase embrionária, a de eliminar gradualmente conceitos de soberania, de ética, dignidade militar e até de concorrência empresarial, cada vez mais considerados ‘anacrônicos’ e incompatíveis com o mercado livre”, considera Lampard.



Cita, como “um caso exemplar”, o que acontece na República Centro Africana, onde a NATO e a União Europeia recorrem à empresa privada francesa Gallice Security para treinar forças públicas policiais e de choque, em parceria com as Nações Unidas. O financiamento dessas operações é sustentado pelo homem de negócios Laurent Fouchet, com atividades mineiras no Congo e proprietário da Niel Telecom, com sede no Luxemburgo e que se dedica a gerir as telecomunicações “nos países emergentes e também na República Centro Africana”. A sede principal dos negócios de Fouchet é o Mônaco.



“Estão nascendo verdadeiras parcerias público privadas para exportação de guerra”, observa Louis Lampard. Exemplifica o caso da empresa privada de segurança francesa Geos, que no Afeganistão protege as torres de comunicações Thales alugadas pela Otan e que “na República Centro Africana desempenha funções de manutenção e logística para a Força de Intervenção Rápida da União Europeia, enquanto os militares deste destacamento têm como missão proteger as antenas de satélites e os materiais de telecomunicações instalados pela Geos”.



Fonte: Jornalistas sem Fronteiras, Vermelho
Imagens: Google




segunda-feira, 23 de junho de 2014

Para os que amam Nova York mas detestam o Brasil





Para os que amam Nova York mas detestam o Brasil

Por  Fernando Brito

Se a nossa elite  mentalmente colonizada tivesse um pingo de lucidez e um grama de compaixão (ou apenas um dos dois) olharia  para o Brasil com um sentimento de paz e esperança, em meio a um mundo que regride à miséria das primeiras décadas do século passado.

Mas teimam em ver o exterior como um mundo ideal, onde tudo é limpo, lindo e tecnológico.

O mundo, em todas as partes, é simplesmente feito de pessoas.

Quando elas vivem reduzidas à condição de bichos, nem a cosmopolita Nova York é civilizada.

Leiam o trecho que reproduzo desta matéria de hoje em O Globo.


E a foto que copio acima, de Ryan e Shelley, um casal de moradores de rua.

Um ex-casal, aliás, porque Ryan, agora, está morto.

É bom para lembrar o que esquecemos depois que passamos a achar Charlie Chaplin apenas um comediante antigo, não um intérprete de gente sem cuidado e sem esperança.

E que o drama humano é só existencial e não também pela sobrevivência.

Talvez com isso os que praguejam contra as nossas alegrias e desprezam os nossos progressos possam entender o quanto caminhamos.

E, por isso, o quanto acreditamos que temos de continuar a caminhar.

Mas sempre assobiando, alegres, como Carlitos.

A Nova York dos excluídos

Isabel Deluca

O número de sem-teto em Nova York atingiu, este ano, o maior nível desde a Grande Depressão nos anos 1930. Segundo as últimas estatísticas federais, a população sem moradia aumentou 13% em comparação com o ano passado, apesar da suposta recuperação da economia — e enquanto a média nacional só faz diminuir. A tendência cresce sobretudo entre famílias e virou um dos maiores desafios do prefeito Bill de Blasio, que fez da habitação acessível um dos pontos centrais do seu discurso de campanha, para comandar uma cidade onde os aluguéis não param de subir.

Os nova-iorquinos que passam a noite em abrigos ou nas ruas chegaram a 64.060, de acordo com o relatório anual do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD, na sigla em inglês), que compila dados de três mil cidades americanas.

Só Los Angeles teve aumento maior: lá, os desabrigados cresceram 27%, embora o total ainda seja menor que o de Nova York. No resto do país, o número caiu 4% desde 2012: hoje são 610.042.

— A maior parte dos EUA mudou a tática de reagir ao problema, e está funcionando — explica o professor de Políticas Sociais da Universidade da Pensilvânia Dennis P. Culhane, autor do relatório do HUD. — O foco tem sido no realojamento imediato, muitas vezes na forma de mediação de conflitos, mas também com ajuda financeira. O modelo de botar num abrigo e esperar até que se consiga encontrar uma moradia, ou que o cidadão consiga juntar dinheiro para sair, não é o novo modelo que emerge no país. Mas é o de Nova York.

Na cidade mais rica do mundo, a crise é resultado sobretudo do aumento no número de famílias que já não podem pagar aluguel. O último censo registrou um declínio no número de apartamentos acessíveis em Nova York, enquanto a renda da classe média baixa só faz cair. Para Culhane, parte do problema ainda pode ser creditado à crise econômica:

— Há desemprego excessivo, afetando a capacidade de pagar o aluguel. Há mais jovens adultos e suas famílias com pais ou avós. Isso cria um ambiente estressante que pode levar ao despejo. É o que acontece em dois terços dos casos. A razão mais comum que os novos sem-teto reportam é conflito familiar na casa superlotada.

Em Nova York, as famílias já representam 75% da população dos abrigos. Há menos sem-teto nas ruas do que há uma década, mas a lotação nos dormitórios é recorde — 52 mil, sendo 22 mil crianças. Relatório divulgado em maio pela ONG Coalizão para os Desabrigados aponta outro recorde: o tempo médio que uma família permanece num abrigo atingiu 14,5 meses.

O Departamento de Serviços para Desabrigados disponibiliza diariamente dados sobre os abrigos. Na última quarta-feira, eram 30.540 adultos e 23.227 crianças. O número de sem-teto que pernoitam em refúgios municipais é, hoje, 73% maior do que em janeiro de 2002, quando o ex-prefeito Michael Bloomberg tomou posse. Ele tentou driblar a questão com uma série de políticas, mas o resultado foi a superlotação dos dormitórios públicos.

— Prefiro dormir na rua do que num abrigo — relata Elliot, um sem-teto de 52 anos que costuma passar as tardes na esquina da Rua 72 com a Broadway. — A comida é pavorosa. Os banheiros são imundos. Há ratos e baratas por todo canto.

Fonte: Tijolaço





O fiasco ISIS/ISIL: na realidade, um ataque ao Irã



Há alguma coisa que soa em falso em relação à cobertura da crise no Iraque. Talvez a forma pela qual a mídia a retrata, a mesma tediosa história repetidamente contada, com apenas pequenas alterações na narrativa. 

Imagem que circula pela internet, divulgada por membros do Estado Islâmico do Iraque do Levante (EIIL), sobre atuação em território iraquiano, onde o instigar das tensões 
sectárias, com apoio estrangeiro e imperialista, leva o país à beira da fragmentação.

Por Mike Whitney, no Counterpunch

Por exemplo, eu li um artigo no Financial Times escrito pelo presidente do Conselho de Relações Exteriores, Richard Haass, onde ele diz que as forças militares de Maliki em Mosul “desapareceram”. Curiosamente, o editorial de Haass foi seguido por um artigo de David Gardner, que usou quase a mesma linguagem. Ele disse que “o exército desapareceu”. 

Daí decidi folhear os jornais um pouco e descobri que muitos outros jornalistas foram picados pelo inseto “desaparecido”. Notei que aconteceu também com vários outros veículos, incluindo Politico, NBC News, News Sentinel, Global Post, The National Interest, ABC News etc.. 

Agora, a única maneira pela qual uma expressão não comumente usada como essa aparece com tal frequência, é se os diversos autores estivessem buscando suas palavras copiando uma autoridade central (como provavelmente o fizeram). Claro que o efeito foi o contrário do que se pretendia, isto é, estas histórias fabricadas de antemão deixam os leitores a coçar a cabeça e sentindo que alguma coisa suspeita está acontecendo.

Claramente, alguma coisa suspeita está acontecendo. Não dá para acreditar em toda essa fábula de que 1.500 jihadistas assustaram 30.000 guardas de segurança iraquianos fazendo-os tirar as calças, jogar seus rifles fora, trocar de roupas e correr para as montanhas. Não sei o que realmente aconteceu em Mosul, mas eu digo a vocês: não foi isso. A história toda está cheirando mal. 

Tudo o que aconteceu em Mosul cheira mal e então quase todos os jornalistas e peritos do MSM estão usando a história para desacreditar Maliki e sugerindo que talvez o Iraque esteja melhor sem ele. Haass já disse que isso mostra que toda a “lealdade do exército ao governo é só fachada”. Gardner falou que o fato sinaliza “uma rápida falência do estado”. Outro editorial de Nicolas Kristof ataca Maliki por outras razões, como sendo muito sectário. 

Aqui, Kristof: 

(...) a decadência do Iraque não é uma falha do presidente Obama. Não é uma falha republicana. Eles têm alguma responsabilidade, mas, esmagadoramente maior é a falha do primeiro ministro do Iraque, Nouri Kamal al-Maliki.

Claro que Kristof não se compara ao porta voz imperial, Tom Friedman. Quando se trata de fanfarronices idiotas, Friedman ainda é o número um. Ele é o “jornalista especialista” que pode resumir tudo em apenas um artigo no jornal Sunday Times, intitulado “Five principles for Iraq” (Cinco princípios para o Iraque – NT): 

O próprio primeiro ministro xiita do Iraque, Nouri Kalam al-Maliki, demonstrou que não gostaria de ver um Iraque democrático ou pluralista. Desde o dia 1º, ele tem usado seu gabinete para instalar xiitas em postos chaves da segurança, desprezando políticos e generais sunitas e direcionando dinheiro para as comunidades xiitas. Em uma palavra, Maliki se mostrou um completo imbecil. Para além do cargo de primeiro ministro, Maliki também ocupa o Ministério da Defesa, do Interior, e de conselheiro da Segurança Nacional, colocando também seus comparsas no controle do Banco Central e do Ministério das Finanças. Maliki tinha como escolher: fazer um governo sectário ou inclusivo. Ele escolheu o sectarismo. Nada lhe devemos. (Cinco princípios para o Iraque – Tom Friedman, New York Times). 

Friedman matou no peito, hein? Falando em outras palavras, a razão pela qual o Iraque se tornou uma bandalheira geral, nada tem a ver com a invasão, a ocupação, os esquadrões da morte, com Abu Ghraib, a opção Salvador, a infraestrutura destruída, o ambiente poluído até as raízes, ou a guerra viciosa e sectária iniciada pelos Estados Unidos através de seu programa maluco de contrainsurgência. Não, não. A razão de ter o Iraque se transformado em lixo é o fato de que Maliki é sectário. Maliki malvado! Soa familiar?

Foi Putin na semana passada. É Maliki nesta semana. Quem será o próximo?

De qualquer forma, existe uma razão para tudo o que aconteceu em Mosul, mesmo que eu não possa verificar a autenticidade. Verifique este post no blog Syria Perspectives: 

(...) Teórico de primeira hora do partido Ba’ath e braço direito de Saddam Hussein, ‘Izzaat Ibrahim al-Douri, nativo de Mosul (...) procurou aliados em um Iraque pós Saddam muito hostil ... ainda no jogo e procurado para ser executado pelo governo de al-Maliki, al-Douri ainda controla uma vasta rede de sunitas iraquianos do partido Ba’ath que operam de maneira similar à velha Organização Odessa que ajudou a fuga de nazistas depois da Segunda Guerra Mundial (...) ele ainda não tem uma estrutura de apoio necessária para hostilizar e derrubar al-Maliki, então ele fundou uma aliança esdrúxula no ISIS/ISIL através dos gabinetes de Erdogan (Turquia) e Bandar (Arábia Saudita). Nossos leitores podem perceber que a invasão de Mosul foi realizada por antigos oficiais iraquianos ba’atistas, suspeitos de abandonar seus postos, largando para trás uma força militar de 52.000 homens sem qualquer liderança, forçando dessa maneira um completo colapso das defesas da cidade. Não é possível considerar como coincidência o planejamento da ação e a colaboração prestada. (O núcleo do ISIS – uma espécie invasiva – Ziad Fadel, Syrian Perspectives).

Tenho lido variações da mesma explicação em outros blogs, mas não tenho como saber se isso corresponde à verdade ou não. Mas o que sei é que esta explicação é muito mais crível que a outra, porque traz profundidade e detalhes mais que suficientes, tornando o cenário bem plausível. A versão oficial – o “desaparecimento” – não tem nada disso. Ela apenas coloca uma versão fantasiosa na expectativa de que o povo acabe por acreditar, nem que seja na base da fé. Por quê? Só em razão de ter aparecido nos jornais? Pois esta é uma razão muito boa para não acreditar em nada.

A lenda do “exército desaparecendo” é apenas mais uma das muitas versões inconsistentes na apresentação que a imprensa-empresa faz de qualquer evento. Outra charada é a razão pela qual Obama assiste aos jihadistas bagunçarem o Iraque inteiro sem que ele mova uma palha para contê-los. Será mesmo que ninguém acha isso um tanto quanto estranho? Quando foi que um presidente em exercício nos Estados Unidos deixou de responder imediata e duramente a agressão similar?

Nunca. Os Estados Unidos sempre respondem. O padrão nunca muda. “Pare o que você está fazendo agora mesmo, ou vamos bombardeá-lo até que só restem pedacinhos”. Não é essa a resposta típica? 

Claro que é. Mas até agora Obama não fez nenhuma ameaça. No lugar disso, ele condicionou seu apoio a al-Maliki ao dizer que o presidente encurralado precisa “começar a acomodar os sunitas através de participação em seu governo” antes que os Estados Unidos possam “dar uma mãozinha”. Que diabos de resposta claudicante é essa? Confira esta nota da MNI News: 

O presidente Barak Obama alertou nesta sexta feira (13/6/2014) ao primeiro ministro iraquiano Nouri al-Maliki que os Estados Unidos precisam que ele comece a efetivar a participação sunita em seu governo, ou verão os Estados Unidos parar a ajuda que ele necessita, algumas tropas dos EUA no terreno para prevenir contra um ataque a Bagdá.

Obama enfatizou, em uma aparição ante as câmaras antes de sua mensagem do meio dia, que, embora esteja considerando as opções para uma intervenção militar nos próximos dias, o movimento inicial deve ser de Maliki. (Obama adverte o Iraque de Maliki, procurando a acomodação de sunitas – MNI)

Alguma vez na vida você já leu absurdo igual? Imagine se, vamos dizer, as hordas jihadistas reunam-se a apenas 50 milhas de Londres e estejam ameaçando invadir a qualquer momento a cidade. Será que Obama dirigiria ao primeiro ministro David Cameron a mesma mensagem? 

“Ora, Dave... gostaria mesmo de ajudar vocês, mas antes disso, vocês têm que colocar alguns desses terroristas em seu governo. Tudo bem, Dave? É apenas para mostrar alguma ação afirmativa com os terroristas.”

Parece (e é) uma insanidade, uma loucura, mas é isto que Obama quer que Maliki faça. Então, que se passa? Por que, em vez de ajudar, Obama fica fazendo ultimatos? Talvez a agenda de Obama seja diferente da de Maliki, e os acontecimentos que estão em curso atualmente lhe beneficiem...

É o que parece, com certeza. Basta olhar o que Friedman diz logo em seguida no mesmo artigo. Ajuda a esclarecer algumas coisas. Disse ele: 

Pode ser que o Irã, assim como seu astuto comandante da Guarda Revolucionária Força Quds, General Qassem Suleimani, não seja tão esperto, afinal. Foi o Irã que armou seus aliados xiitas com bombas de formato especial que mataram e feriram tantos soldados americanos. O Irã nos quer fora. Também foi o Irã a pressionar Maliki para que não assinasse um tratado com os Estados Unidos que daria às nossas tropas cobertura legal para permanecer no Iraque. O objetivo do Irã era a hegemonia regional. Bem, Suleimani: “A confusão é sua”. Agora suas forças estão dispersas na Síria, Líbano e Iraque, enquanto as nossas estão voltando para casa. Tenha um bom dia. (Cinco princípios para o Iraque, Tom Friedman, New York Times)

É interessante, não é? Basicamente, Friedman admite finalmente que todo esse fiasco é sobre o Irã, que se tornou o grande vencedor no jogo da guerra do Iraque. Naturalmente, isso irrita profundamente o pessoal em Washington, Tel Aviv e Riad. Como a irritação não tem fim, cozeram este plano pateta para remover Maliki totalmente ou pelo menos cortar rente suas asas. Não é o que está acontecendo? É por isso que Obama aponta uma arma para a cabeça de Maliki e lhe diz que tem que comer um saco de sal antes de ser ajudado pelos Estados Unidos. Porque ele está decidido a enfraquecer a força hegemônica do Irã em Bagdá. 

Friedman também aponta que o acordo do Estado das Forças poderia permitir que as tropas americanas permanecessem no Iraque. Como al-Maliki rejeitou o acordo, Washington se enfureceu e preparou o picadeiro para esta última farsa. Por bem ou por mal, Obama quer porque quer reverter essa decisão. É apenas a forma pela qual Washington toca seus negócios, torcendo braços e quebrando pernas. O mundo inteiro sabe disso. 

Para entender o que acontece hoje em dia no Iraque, temos que aprender um pouco de história. 

Em 2002, a administração Bush encarregou a Rand Corporation “de desenvolver e dar forma a uma estratégia de pacificação de populações muçulmanas nos locais onde os Estados Unidos têm interesses comerciais ou estratégicos”. O plano desenvolvido se chamou “Estratégia dos Estados Unidos para o mundo muçulmano depois de 11/9” – o qual recomendava que os EUA, “alinhem sua política aos grupos xiitas que pretendem mais participação nos governos e mais liberdade política e expressão religiosa. Se esse alinhamento puder ser edificado com sucesso, irá erguer uma barreira contra movimentos radicais islâmicos e construir a fundação de uma posição estável dos Estados Unidos no Oriente Médio”.

Os Bushies 

Os Bushies decidiram seguir esse plano maluco que provou ser um erro tático monumental. Ao lançar todo o poder de sua força no apoio aos xiitas, eles dispararam uma rebelião sunita massiva que iniciou cerca de 100 ataques por dia contra soldados dos Estados Unidos. Por sua vez, estes ataques levaram os EUA a uma contrainsurgência selvagem que levou à morte dezenas de milhares de sunitas e reduziu o país a ruínas. Os ataques cruéis de Petraeus se ocultavam por trás da cortina de fumaça de uma enganosa política de Relações Públicas em uma guerra civil sectária. Foi uma guerra genocida contra o mesmo povo que agora Obama tacitamente apoia em Mosul e Tikrit.

Neste caso, houve uma grande mudança da política, certo? O fato de que os EUA têm uma abordagem de ficar longe do ISIS/ISIL parece sugerir que a administração Obama acabou por abandonar a estratégia Rand completamente e neste instante, procura maneiras de apoiar os grupos sunitas em seu esforço para derrubar o regime de Assad em Damasco, enfraquecer o Hezbolá e diminuir o poder do Irã na região. Apesar de ser estratégia ao mesmo tempo implacável e desprezível, ao menos faz algum sentido, na lógica perversa da expansão imperial, o que o plano Rand nunca fez.

O que está acontecendo atualmente no Iraque foi antecipado por Seymour Hersh em 2007, no seu artigo “The Redirection”. (O redirecionamento) O autor Tony Cartalucci, em seu próprio artigo, faz uma ótima resenha desta peça. Diz ele: 

O “redirecionamento”, documentos (...) dos Estados Unidos, Arábia Saudita e Israel, na intenção de criar e posicionar extremistas sectários em toda a região para confrontar o Irã, a Síria e o Hezbolá no Líbano. Hersh aponta que estes “extremistas sectários” ou eram a Al-Qaida ou eram vinculados à Al-Qaida. O exército ISIS/ISIL que se move para Bagdá é o resultado final dessa conspiração, um exército que se move e opera com impunidade total, ameaçando derrubar o governo sírio, purgar as forças pró Irã no Iraque e também ameaçando o próprio Irã através de criação de pontes que mantenham a salvo tanto a Otan quanto a Al-Qaida em paraísos na Turquia, no Norte do Iraque e até as próprias fronteiras iraquianas... Isso é, de fato, uma reinvasão do Iraque para atender a interesses ocidentais - mas desta vez sem a participação direta das forças ocidentais – e sim com uma força ocidental por procuração, da qual o ocidente procura desesperadamente negar qualquer conhecimento ou conexão. (America’s Covert Re-Invasion of Iraq, Tony Cartalucci, Information Clearinghouse).

Devagar vamos chegando ao fundo da questão, certo? Agora talvez já sejamos capazes de identificar a política que guia todos esses eventos. O que sabemos com certeza é que os Estados Unidos precisam quebrar a força iraniana no Iraque. Mas a pergunta é: como eles planejam conseguir isso?

Bem. Eles poderiam se utilizar de seus velhos amigos, os ba’athistas com os quais têm estado em contato desde 2007. Pode até dar certo. Em seguida, para que a mistura tenha credibilidade, terão que adicionar alguns jihadistas.

Bem. Mas significam estes fatos que Obama está apoiando ativamente ao ISIS/ISIL? 

Não. Não necessariamente. Outras agências de inteligência já têm conexão com o ISIS/ISIL, que podem não precisar de apoio direto dos EUA. (Nota: muitos analistas dizem que o Estado Islâmico do Iraque e al-Sham [Islamic State of Iraq and al-Shan – ISIS] recebem generosas doações da Arábia Saudita e Qatar, ambos convictos aliados dos Estados Unidos). De acordo com o London’s Daily Express: “por meio de aliados como a Arábia Saudita e o Qatar, o ocidente (tem) apoiado vários grupos rebeldes que então, se transformaram no ISIS e outras milícias ligadas à Al-Qaida (Daily Teleghraph, 12/06/2014).

O que importa, no que concerne a Obama, é que os objetivos estratégicos do ISIS/ISIL coincidem com os dos Estados Unidos. Ambos querem maior representação política para os sunitas, ambos querem minimizar a influência política do Irã no Iraque e ambos apóiam um plano suave de divisão que o antigo presidente do Conselho de Relações Exteriores, Leslie H. Gelb, chamou de “a única estratégia viável para corrigir o erro histórico (do Iraque) em movimento para a criação de três estados, o que solucionaria a situação: curdos no norte, sunitas no centro e xiitas no sul”. Este é o motivo pelo qual Obama não atacou ainda a milícia, mesmo que tenham marchado até a 50 quilômetros de Bagdá. Ocorre que os EUA se beneficiam com o desenvolvimento da situação até agora.

Vamos resumir: 

Dependendo da situação, o governo dos Estados Unidos, “apóia” ou “não apóia” o terrorismo? 
Sim.

As agências de inteligência fornecem armas e apoio logístico às organizações terroristas na Síria? 
Sim. 

A CIA também? 
Sim. 

O governo Obama deu sinais de que gostaria de ou se livrar de Maliki ou diminuir de muito o seu poder? 
Sim. 

Acontece assim porque a atual disposição fortalece a influência regional do Irã? 
Sim. 

O ISIS/ISIL acabará por invadir Bagdá? 
Não. (Trata-se apenas de mero palpite, mas espero que alguma coisa já tenha sido tratada entre a equipe de Obama e os líderes do partido Ba’ath. Caso Bagdá realmente estivesse em perigo, provavelmente Obama agiria de forma diferente, com maior seriedade). 

A Síria e o Iraque serão fracionados? 
Sim. 

O ISIS/ISIL é uma criação da CIA? 
Não. De acordo com Ziad Fadel, “ISIS/ISIL é criação de um homem que sozinho jogou com a Al-Qaida como um iô-iô. Bandar bin Sultan”.

É possível que o ISIS/ISIL receba ordens de Washington?
Provavelmente não, mesmo levando-se em conta que suas ações parecem coincidir com objetivos estratégicos dos EUA. (Este é o ponto!)

A relutância de Obama quanto a lançar um ataque contra o ISIS/ISIL indicam que ele pretende enfraquecer o poder do Irã no Iraque, redesenhar o mapa do Oriente Médio e fazer nascer novas regiões politicamente irrelevantes dominadas por senhores da guerra e líderes tribais?
Sim, sim e sim.



[*] Mike Whitney é um escritor e jornalista norte-americano que dirige sua própria empresa de paisagismo em Snohomish (área de Seattle), WA, EUA. Trabalha regulamente como articulista freelance nos últimos 7 anos. Em 2006 recebeu o premio Project Censoredpor um reportagem investigativa sobre a Operation FALCON, um massiva, silenciosa e criminosa operação articulada pela administração Bush (filho) que visava concentrar mais poder na presidência dos EUA. Escreve regularmente em Counterpunch e vários outros sites. É co-autor do livro Hopeless: Barack Obama and the Politics of Illusion (AK Press) o qual também está disponível em Kindle edition. 
Recebe e-mails por: fergiewhitney@msn.com.

Fonte: Rede Castorphoto. 
Traduzido pelo coletivo Vila Vudu

sábado, 14 de junho de 2014

Chico Buarque dá o recado



"A VERDADE É QUE antes do PT chegar ao poder teve uma turma que ficou 500 anos mandando aqui no Brasil e esse país se tornou um paíseco de 5º mundo. Entramos na década de 80 ainda sendo uma república das bananas, governados por ridículos generais sem voto, ditadores golpistas assassinos e ignorantes, que “preferiam cheiro de cavalo a cheiro de povo“. Aí finalmente vem um partido que faz o Brasil avançar, tira nossa coleira dos USA, da um pé no traseiro do FMI, alça o país a 6ª economia do mundo fazendo o PIB saltar de 1 para mais de 2,4 trilhões em uma década, tira 50 milhões de brasileiros da pobreza, cria uma nova classe média de mais de 100 milhões com emprego, renda, carteira assinada e conta no banco... Enfim, avanços EXTRAORDINÁRIOS em uma década ! Mas a mídia, conservadora e recalcada, sabota e cria um clima de que estamos "a beira do abismo". E tem gente que vai na onda e não lembra do nosso passado medíocre..."

Chico Buarque


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Dilma responde a vaias recebidas da área VIP composta somente por ricos e famosos





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Lula fala sobre as vaias a Dilma



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta sexta-feira (13) as ofensas direcionadas à presidente Dilma Rousseff durante a abertura da Copa do Mundo, na quinta (12), no Itaquerão, em São Paulo. Chamou de moleques os autores dos gritos. Lula disse que as vaias demonstram "falta de respeito" com a presidente e que a "falta de educação" não tem relação com classe social.

"Não é dinheiro, nem escola nem título de doutor que dá educação para a pessoa. Educação se aprende em casa", disse. "Eu acho que a instituição Presidência da República, liderada por uma mulher, tem que ser respeitada. Eu vi alguns moleques gritarem no campo e não eram nenhum pobre que estava passando fome, que não tinha escola. Pelo contrário, parecia que que comiam demais e estudavam de menos porque perderam a vergonha e a falta de respeito com nossa presidente", afirmou Lula.

Lula afirmou que enfrentou vários presidentes desde a ditadura militar (1964-85), mas sempre com respeito. "Nunca tive coragem de faltar com respeito", afirmou o petista.



Fonte: 247
Imagem: Google



Só podiam ser brancos e ricos!






Que a burguesia brasileira é homofóbica, racista e machista nos já sabíamos, que vaiou os presidentes do Brasil na abertura dos Jogos Panamericanos, na Copa das Confederações e vaiaria na Copa do Mundo, também já sabíamos.

Mas agora caiu por terra o mito da educação de berço dessa turma herdeira do escravismo, do latifúndio e do coronelismo.

Durante mais de 500 anos, este povo que ocupa todas as “áreas Vips” foi considerado detentor da boa educação, dos valores civilizatórios e das tradições culturais do país.

Os que xingaram a presidenta da Republica, são os mesmos que passaram a vida inteira de costas para o Brasil, afirmando sua ascendência ariana, aspirando respirar os ares norte-americanos e europeus, de preferência, cheirando perfume francês.

São os que trataram o país como um quintal, olhando para nós como uma ralé desprezível, que deveria agradecer por tê-los como espelhos, exemplos do que nós, o povo, deveria ser.

Não, muito obrigado, não queremos que nossos filhos aprendam o seu rol de baixarias. A civilização que estamos construindo quer superar o racismo.

Viva Marcelo! Bonito, talentoso e ainda é preto!

Nesta nossa civilização as mulheres ocupam um lugar central, aqui caras-pálidas, elas podem ser Presidentas da Republica.

As famílias podem ser constituídas com toda a diversidade que a humanidade nos presenteia e qualquer maneira de amor vale a pena.

A atitude mal educada na abertura da Copa revela a agonia de uma turba ignorante, inculta e ultrapassada.

A única nata que representam é a camada de detritos, formada pelos corpos dos milhões mortos na escravidão das fazendas de seus antepassados ou nas confecções modernas de suas marcas de grife.

Embaixo de seus carpetes de pérola baroda escondem uma história de maldades e carnificina.

O ódio que sentem por nós, revela o temor de receberem de volta o mesmo cipó em seus lombos. Mas não precisam ficar tão raivosos, atualmente já não passamos mais o trator. Agora só fazemos passar o metrô.




Ademário Costa – Cientista Social / Salvador

No Viomundo








Fonte: Contexto Livre



quarta-feira, 11 de junho de 2014

Você está preparado para a guerra nuclear?




Por Paul Craig Roberts

Preste bem atenção à coluna de convidados de Steven Starr “A letalidade das armas nucleares”: Washington pensa que a guerra nuclear pode ser ganha e planeja um primeiro ataque nuclear contra a Rússia, e talvez contra a China como forma de prevenção a qualquer desafio a sua dominância mundial.

Esse plano já está num estado bem avançado enquanto a implementação do mesmo também já está em curso. Como eu relatei anteriormente a doutrina estratégica americana foi modificada, e o papel dos mísseis nucleares foi elevado de um papél de retaliação a um papel ofensivo de primeiro ataque. 


Bases de mísseis antibalísticos (MAB) foram estabelecidas na Polônia nas fronteiras com a Rússia, enquanto outras bases foram sendo projetadas. Quando tudo estiver completo, a Rússia estará completamente cercada por bases militares americanas de mísseis antibalísticos, MAB.


Os mísseis antibalísticos, conhecidos também como a “guerra das estrelas”, são armas feitas para interceptar e destruir os mísses balísticos inter-continentais, ou seja os mísseis de longa distância, (ICBM na sigla inglesa). 


Na doutrina de guerra de Washington, os Estados Unidos atacariam a Rússia com um primeiro ataque, e qualquer que fosse a força retaliatória ainda disponível da Rússia, essas seriam impedidas de alcançar os Estados Unidos pela proteção dos mísseis antibalísticos, MAB.

A razão dada por Washington para mudar a sua doutrina de guerra foi a possibilidade de que terroristas pudessem vir a obter armas nucleares com as quais pudessem vir a destruir uma cidade norteamericana. Uma tal explicação não faz nenhum sentido. 

Quanto a terroristas trata-se de indivíduos, ou um grupo de indivíduos, não de um país com um poder militar ameaçador. Usar armas nucleares contra terroristas iria destruir muito mais que os próprios terroristas, e seria inútil na medida em que um ataque por mísseis convencionais, carregados por um drone, seria o suficiente.

A razão dada por Washington para as bases dos mísseis antibalísticos, MAB, na Polônia seria a proteção da Europa contra MBIC, mísseis balísticos inter-continentais, do Irã. Washington e os governos europeus sabem muito bem que Irã não tem nenhum MBIC, e que esse país nunca apresentou a mínima intenção de atacar a Europa. 

Nenhum governo acredita nas razões invocadas por Washington. Cada um deles compreende que as razões de Washington não são mais que pequenas tentativas de disfarçar o fato de que eles estão a caminho de criar uma capacidade, de fato consumado, que os permita ganhar uma guerra nuclear.

O governo russo compreende que a mudança da doutrina de guerra americana, e a construção de bases de mísseis antibalísticos nas suas fronteiras, são dirigidas mesmo é contra a Rússia, e que essa seria uma clara indicação de que Washington estaria planejando um ataque ofensivo contra a Rússia, e isso com armas nucleares.

A China também já compreendeu que as intenções de Washington contra ela são as mesmas. Como eu relatei a vários mêses atrás, em resposta as ameaças de Washington a China então tinha chamado a atenção do mundo quanto a sua capacidade de destruir os Estados Unidos, no caso de Washington iniciar um tal conflito.

De qualquer modo, Washington acredita que ele poderá ganhar uma guerra nuclear, com pouco ou nenhum dano, para os Estados Unidos. Essa crença faz com que uma guerra nuclear apresente-se como provável.

Como Steven Starr deixou bem claro, essa crença baseia-se na ignorância. Uma guerra nuclear não dá a vitória a ninguèm. Mesmo se as cidades americanas pudessem ser salvas de um ataque retaliatório da Rússia ou da China pelos mísseis antibalísticos, os efeitos da radiação e do inverno nuclear que viria depois de uma tal colisão com a Rússia ou China iria destruir os Estados Unidos também.

A mídia, que foi convenientemente concentrada em poucas mãos durante o corrupto governo de Clinton, é cúmplice por ignorar a questão. Os governos dos países subjugados por Washington, tanto na Europa ocidental como na Europa do Leste, assim como os do Canadá, da Austrália e do Japão também são cúmplices, porque aceitam os planos de Washington e fornecem as suas bases militares para a realização desses planos. 


O governo da Polônia, do qual já não há duvidas quanto a insanidade mental, já terá provavelmente assinado a autorização de morte da humanidade, por procuração. O congresso dos Estados Unidos também é cúmplice, porque nenhuma investigação está sendo feita a respeito dos planos do poder executivo de iniciar uma guerra nuclear.

Washinton criou uma situação muito perigosa. A Rússia e a China estando claramente ameaçadas por um ataque nuclear poderiam muito bem atacar primeiro. Porque deveriam sentar e esperar passivamente o inevitável enquanto seus adversários constroem uma capacidade de proteger a si mesmos através dos mísseis antibalísticos? Uma vez que esse sistema esteja concluido, a Rússia e a China podem estar certas de que serão atacadas, ao menos que se entreguem incondicionalmente de antemão. 

Essa reportagem de 10 minutos a seguir vem da Russia Today, RT: US plans 'first strike' on Russia (E40). Ela esclarece que o plano secreto de Washington para um primeiro ataque ofensivo contra a Rússia não é na realidade uma coisa secreta. Essa reportagem também esclarece que Washington está se preparando para poder eliminar qualquer líder político europeu que não se alinhe com Washington. A transcrição foi encaminhada pela Global Research.

Os leitores poderiam me perguntar. “Mas o que poderemos fazer?” Aqui está o que poderia ser feito. Você poderia por um fim ao ministério da propaganda não assistindo Fox News, CNN, BBC, ABC, NBC e CBS. Você poderia se recusar a ler o New York Times, o Washington Post e LA Times. Deixe simplesmente de lado toda a mídia oficial. Não acredite numa palavra dita pelo governo. Não vote.


Compreenda que o problema, o mal, está concentrado em Washington. Nesse século 21 (treze anos e meio), Washington já destruiu em parte, ou completamente, 7 países. Milhões de pessoas foram assassinadas, aleijadas e deslocadas. Washington não mostrou até agora absolutamente nenhum remorso que fosse quanto a isso, e tampouco o fizeram as igrejas “cristãs”. A devastação inflingida por Washington é apresentada como um grande sucesso.

Washington prevaleceu até aqui e está determinado a se manter em dominância enquanto a perversidade, a desgraça, e o mau absoluto que Washington representa dirige o mundo à destruição.




Tradução: Anna Malm, correspondente de Pátria Latina na Europa
Fonte: Vermelho
Imagens: Google


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