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segunda-feira, 31 de março de 2014

Edward Snowden - Vigilância e liberdade na internet



Através de um robô de telepresença, Edward Snowden fala na TED2014 sobre vigilância e liberdade na internet. O direito à privacidade de dados, ele sugere, não é uma questão partidária, mas requer uma reavaliação fundamental do papel da internet em nossas vidas e das leis que a protegem. "Seus direitos são importantes", diz ele, "porque nunca se sabe quando você vai precisar deles." Chris Anderson entrevista, com participação especial de Tim Berners-Lee.


 



domingo, 30 de março de 2014

O ser e o nada



 "Por trás da toga punitiva, existe um vazio abissal"


O retorno de Roberto D’Ávila à TV trouxe uma interessante entrevista, do ponto de vista do entrevistador, com Joaquim Barbosa. 

O ego inflado de Barbosa enfrenta a elegância de D'Ávila

Por Nirlando Beirão*

Roberto D’Ávila tem aquele jeito de moço fino, bonzinho e elegante, mas pode ser maquiavelicamente cruel. Em seu retorno à tevê, a bordo do Globo News, o suave D’Ávila elegeu uma notável vítima. Na estreia, sábado de madrugada (com incansáveis repetições), anunciou que iria levar ao ar o lado humano do ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF. Os telespectadores continuam procurando por ele. O apresentador esperou sete meses pelo sim de Joaquim Barbosa. O que mostra a férrea premeditação de sua malvadeza.

Foi uma interessantíssima entrevista, do ponto de vista do entrevistador. Para o entrevistado, um desastre. Mostrou que, por trás da toga punitiva, existe um vazio abissal. Barbosa é um nada estrepitoso. Duvido que um único dos torcedores partidários do ministro não tenha chegado ao fim daquela hora inteira de platitudes sem saborear insuportável decepção. Barbosa não produziu uma escassa ideia. Ele não tem nada a dizer além dos autos de sua particular Inquisição. Foi constrangedor.

D’Ávila, com luvas de pelica, jogava a isca e Barbosa, encouraçado em sua arrogância, nem sequer percebia. D’Ávila indicava, na delicadeza das perguntas, saída lisonjeira para a resposta. “O senhor lê muito, não é? Balzac?” Barbosa estufou o ego: “É, Balzac”. E mais não disse. “O que o senhor escuta?” “Tudo.” “Beatles ou Rolling Stones?” “Os dois.”

O único momento em que Barbosa demonstrou alguma emoção foi ao falar de racismo. Daquele jeito. O rancor pauta a vida dele. Deve ter sido mesmo muito humilhado. Sugeriu até que Lula nomeou-o para o STF de olho na cota, não em reconhecimento por seu currículo, brilhante, cosmopolita. Fica difícil assim: deixar de nomear um negro teria sido racismo. Nomear também é?


*Nirlando Beirão é editor especial da seção QI de CartaCapital


Fonte: Carta Capital
Imagens: Google

Carta dos armênios de Kessab para o mundo




Os armênios de Kessab, Síria, que fugiram de ataques de militantes extremistas da Turquia e atualmente vivem em refúgio em Latakia, emitiram um apelo dirigido aos armênios de todo o mundo. O texto integral da carta segue abaixo.


“No Dia das Mães, 21 de março de 2014, a nossa bela cidade foi brutalmente atacada por extremistas ligados à Al- Qaeda, com as bênçãos e pleno apoio militar e logístico do governo turco.

Antes do nascer do sol, nós acordamos para o horror de uma chuva de mísseis e foguetes caindo sobre nossa cidade. Milhares de extremistas cruzaram as fronteiras. Mísseis foram disparados da Turquia para destruir a bela Kessab e para celebrar a aproximação do 100 º aniversário do Genocídio Armênio. Heróis de Kessab defenderam a cidade com suas armas de caça simples até que mais forças do governo sírio vieram para revidar o ataque horrível em nossa cidade. Se os moradores de Kessab não fossem informados a deixar suas casas por esses heróis, o mundo teria silenciosamente testemunhado mais um genocídio e ficariam calados enquanto a mídia dar-lhes-ia uma outra versão, cheia de mentiras.

Kessab sempre foi o lar de milhares de armênios durante séculos. A primeira tragédia agonizante em Kessab aconteceu em abril de 1909, quando uma turba de milhares de homens turcos atacaram a cidade, roubando e queimando casas. 161 armênios foram mortos neste ataque brutal. Em 1915, durante o Genocídio Armênio, tropas turcas invadiram a cidade e iniciaram as deportações que ceifaram a vida de quase 5000 armênios de Kessab. O Genocídio Armênio comandado pelos turcos em 1915 tirou a vida de um milhão e meio de armênios. Mais armênios estão sendo mortos na Síria, e muitos ainda serão se nada for feito. Os árabes da Síria nos abrigaram, cuidaram de nós, nos ajudaram a ficar em pé e a sobreviver através desta horrível memória de morte e destruição e seremos eternamente gratos a eles. Desde então, vivíamos em paz e harmonia com outras seitas, como uma grande família em uma casa chamada Síria.

Hoje precisamos de ajuda mais uma vez porque, infelizmente, o governo turco se atreveu a atacar armênios mais uma vez ignorando a causa armênia. Com este ato, a Turquia recusou-se, mais uma vez, a reconhecer o Genocídio Armênio perpetrado pelos turcos e está contribuindo com o assassinato de mais de armênios na Síria. Não temos nada contra o povo turco. Temos vivido como vizinhos deles e queremos continuar a viver como vizinhos. Lutamos contra o governo turco, que apoia e facilita o assassinato dos moradores de Kessab por terroristas. Nós só queremos a nossa cidade de volta, ou o que resta dela. Estamos de coração partido pelos inúmeros vídeos e fotografias que mostram como esses extremistas estão destruindo e queimando a nossa bela cidade. Todos os sírios sabem que onde quer que esses extremistas entrem, somente morte e destruição são deixadas para trás.

Nossas casas foram tomadas de nós, séculos de nossa herança foi destruída.

Este é um chamado para todos os armênios. Este é um chamado para a humanidade. O mundo precisa ouvir a verdade. Erdogan e seu governo são criminosos de guerra. Precisamos da sua ajuda. Precisamos que você tome uma atitude. Nossas vidas dependem da esperança de que você faça alguma coisa para ter certeza de que nós também não morremos. Fomos forçados a sair de nossas casas e nossa cidade com nada além das roupas que vestíamos. Se ficássemos para coletar mesmo que apenas as necessidades básicas, teríamos definitivamente morrido. A maioria de nós não consegue nem escapar porque não temos os nossos passaportes ou documentos de identificação. Por favor, peça a intervenção de seus governos, da ONU, de qualquer outra autoridade que você acredite que pode nos ajudar. Tudo o que queremos fazer é viver. Se você ignorar isso, vamos todos morrer uma morte horrível nas mãos desses terroristas, sendo massacrados a sangue frio como muitos outros armênios em Aleppo, Yacoubiyeh, Ghenemiyeh, e em torno da Síria.

Aqueles que vocês chamam de rebeldes são extremistas, que vieram para a Síria para a jihad de muitas nacionalidades, como os afegãos, tchetchenos, e sauditas. Moradores de Kessab e de toda a Síria são atacados e mortos por eles. A mídia não pode esconder a verdade para sempre. Aqueles que vocês chamam de rebeldes objetivam atacar civis.

Você não acha que muito sangue inocente já foi derramado? Você não acha que a destruição já é suficiente? Nós todos vivíamos em paz e felizes há apenas três anos atrás. Esta não é uma revolução, esta é uma guerra. E o exército sírio está agora em Kessab lutando para se certificar que os armênios irão voltar às suas casas com segurança.




Fonte: Estação Armênia
Imagem: Google


sábado, 29 de março de 2014

Um só dia fantástico é melhor do que toda uma vida miserável





A POBREZA


Um só dia fantástico é melhor do que toda uma vida miserável

A grande jornada separou toda a família

A boa educação na sociedade foi prejudicada

A rota para a felicidade foi suprimida pela pobreza


A boa casa tornou-se o campo de batalha

O bom casamento, em paz e respeito, se transformou em divórcio


O bom provedor

Ficou conhecido como pai irresponsável

O poderoso chefe de família se tornou impotente

O jovem, outrora feliz, se tornou o mais impopular


A miséria é uma dor.

O grande trabalhador não é mais premiado

A partilha, feita pelo Divino, agora apresenta diferenças

O grito dos pobres merece a maior consideração.

O benfeitor tomou o caminho do crime, devido aos anos na prisão


A pobre criança se lembra de sua família miserável

Na vida, nada é mais difícil do que a mudança.

O desespero sempre cria o fracasso do sucesso futuro


A pobreza não é um vício

O mundo está chorando dia e noite,

Mas é o pobre que morre por falta de cuidados

A situação miserável escurece o bom caráter de uma pessoa honesta


A dificuldade do tempo

As coisas nas quais o homem perdeu a fé

A boa vida precisa de uma chance para ter sucesso


O sofrimento ensina

O pai não abandona a sua família por nada

A pobreza está na raiz dos vários desentendimentos e traições


Ser pobre no mundo é o desespero de uma vida dolorosa

É difícil ser pobre em um país de dólar

É realmente uma dureza


A pobreza é muito amarga na perplexidade

Há um tempo para tudo,

A mudança virá

Porque, para o valente de coração,

Nada é impossível.




Adama Konate

A criança negra do Mali



sexta-feira, 28 de março de 2014

Turquia usa Al-Qaeda para justificar guerra contra a Síria




Por Mimi Al Lahamsyrianews.cc

Uma conversa vazada entre o chefe de inteligência da Turquia e o gabinete de guerra revela plano para criar um casus belli contra a Síria, usando Al-Qaeda (ISIL[1]) para ameaçar o santuário turco tumba de Suleiman Shah[2] .A Turquia bloqueou o Youtube, a fim de encobrir os vazamentos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco confirmou a gravação de planejamento para uma incursão militar na Síria, acrescentando que uma “rede de traidores” foi responsável pelo vazamento.

Parte 1 da transcrição (link: https://www.youtube.com/watch?v=c-1GooSDwJ8)

Na fita vazada,

Ministro das Relações Exteriores Ahmet Davudoğlu
Chefe da Inteligência Turca (MIT) Hakan Fidan
Subsecretário de chancelaria Feridun Sinirlioğlu
General Yaşar Güler

procuram um motivo (e querem criar um, se a conversa não for frutífera) para declarar guerra contra a Síria. O vazamento tem duas partes, a segunda ainda não foi traduzida para o inglês. Aqui está a primeira parte.

Planos de guerra visando as eleições – Parte 1

1º Slide:

Ahmet Davutoglu: Eu não compreenderia outra coisa, o que exatamente nosso Ministro da Relações Exteriores deveria fazer? Não, eu não estou falando disso. Há outras coisas que podemos fazer. Se decidirmos sobre isso, notificamos as Nações Unidas, o Consulado de Istambul do regime sírio, certo?

Feridun Sinirlioğlu: Mas se decidirmos sobre uma operação lá, o efeito deve ser impactante. Quero dizer, se o fizermos. Eu não sei o que vamos fazer, mas independentemente do que decidirmos, eu não acho que seria apropriado notificar ninguém de antemão.

Ahmet Davutoglu: OK, mas vamos ter que nos preparar de alguma forma. Para evitar problemas com o direito internacional. Eu só percebi quando eu estava conversando com o presidente (Abdullah Gül), se os tanques turcos forem para lá, isso significa que estaremos lá de qualquer forma, certo?

Yaşar Güler: Significa que estaremos lá, sim.

Ahmet Davutoglu: Sim, mas há uma diferença entre ir com aviões e ir com tanques …

2º Slide:

Yaşar Güler: Talvez possamos dizer ao consulado general sírio, que ISIL está atualmente trabalhando ao lado do regime, e esse lugar é solo turco. Devemos definitivamente …

Ahmet Davutoglu: Mas já dissemos isso, enviei várias notas diplomáticas.

Yaşar Güler: para a Síria …

Feridun Sinirlioğlu: Isso mesmo.

Ahmet Davutoglu: Sim, enviamos-lhes inúmeras vezes. Portanto, eu gostaria de saber do nosso ministro, quais as expectativas da nossa Chefia de Gabinete.

Yaşar Güler: Talvez sua intenção era dizer que, eu realmente não sei, ele se encontrou com o Sr. Fidan.

Hakan Fidan: Bem, ele mencionou essa parte, mas nós não entramos em detalhes.

Yaşar Güler: Talvez tenha sido isso que quis dizer… Uma nota diplomática à Síria?

Hakan Fidan: Talvez em coordenação com o Ministério das Relações Exteriores…

3º Slide:

Ahmet Davutoglu: Quer dizer, eu poderia coordenar a diplomacia, mas a guerra civil, os militares …

Feridun Sinirlioğlu: Isso é o que eu disse lá atrás. Por um lado, a situação é diferente. Uma operação contra o ISIL tem apoio do direito internacional. Nós mostramos que é a Al-Qaeda, não haverá perigo se estiver relacionado com a Al-Qaeda. E trata-se de defender a tumba de Suleiman Shah, é uma questão de proteger a nossa terra.

Yaşar Güler: Nós não temos problemas com isso.

Hakan Fidan: Depois que ocorrer, será uma grande comoção interna (com vários casos de atentados ocorrendo aqui dentro). A fronteira não está sob controle …

Feridun Sinirlioğlu: Quero dizer, sim, claro que os atentados acontecerão. Mas eu me lembro da nossa conversa de 3 anos atrás …

Yaşar Güler: Mr. Fidan deve receber apoio urgentemente e precisamos ajudá-lo a fornecer armas e munição para os rebeldes. Precisamos falar com o ministro. Nosso Ministro do Interior, o nosso Ministro da Defesa. Precisamos conversar sobre isso e chegar a um resolução, senhor.

Ahmet Davutoglu: Como colocamos forças especiais em ação, quando houve uma ameaça no Norte do Iraque? Deveríamos ter feito isso lá também. Nós deveríamos ter treinado esses homens. Nós deveríamos ter enviado homens. De qualquer forma, não podemos fazer isso, só podemos fazer o que a diplomacia …

Feridun Sinirlioğlu: Eu disse a você antes, pelo amor de Deus, General, você sabe como enviar aqueles tanques, você estava lá.

Yaşar Güler: O que, você quer dizer nosso material?

Feridun Sinirlioğlu: Sim, como você acha que nós conseguimos reunir nossos tanques no Iraque ? Como? Como conseguimos enviar forças especiais e os batalhões? Eu estava envolvido nisso. Deixe-me ser claro, não havia nenhuma decisão do governo sobre aquilo, conseguimos apenas com uma única ordem.

4º Slide:

Yaşar Güler: Bem, eu concordo com você. Por um lado, nós não estamos nem discutindo isso. Mas há coisas diferentes que a Síria pode fazer agora.

Ahmet Davutoglu: General, a razão pela qual estamos dizendo não à esta operação é porque que sabemos sobre a capacidade desses homens.

Yaşar Güler: Olha, senhor, a MKE (Mechanical and Chemical Industry Corporation) não está às ordens do ministro? Senhor, eu quero dizer, o Qatar quer comprar munição em dinheiro. À vista. Então, por que não acabamos logo com isso? Está sob o comando do Sr. Ministro.

Ahmet Davutoglu: Mas não é o ponto, não podemos agir de forma integrada, não podemos coordenar.

Yaşar Güler: Então, o nosso primeiro-ministro pode convocar tanto o Sr. Ministro da Defesa e o Sr. Ministro, ao mesmo tempo. Então, ele pode falar diretamente com eles.

Ahmet Davutoglu: Nós, o Sr. Siniroğlu e eu, literalmente imploramos para o Sr. primeiro-ministro para uma reunião privada, dissemos que as coisas não pareciam tão bem.

5º Slide:

Yaşar Güler: Além disso, não precisa ser uma reunião com muitos envolvidos. Você, o Sr. Ministro da Defesa, o Sr. Ministro do Interior e nosso Chefe de Gabinete, os quatro serão suficiente. Não há nenhuma necessidade para uma multidão. Porque, senhor, a principal necessidade lá, são armas e munição. Nem tanto armas, principalmente munição. Nós já falamos sobre isso, senhor. Digamos que nós estamos construindo um exército lá, de 1000 homens. Se os levarmos à guerra sem antes armazenar um mínimo de 6 meses de munição, estes homens vão retornarão em dois meses.

Ahmet Davutoglu: Eles já voltaram.

Yaşar Güler: Eles vão voltar para nós, senhor.

Ahmet Davutoglu: Eles voltaram a partir de … Onde foi? Çobanbey.

Yaşar Güler: Sim, é verdade, senhor. Este assunto não pode ser apenas um fardo sobre os ombros do Sr. Fidan como é agora. É inaceitável. Quero dizer, nós não podemos entender isso. Por quê?

6º Slide:

Ahmet Davutoglu: Naquela noite, tínhamos chegado a uma resolução. E eu pensei que as coisas estavam tomando um rumo. Nossa…

Feridun Sinirlioğlu: Emitimos a resolução do MGK (Conselho de Segurança Nacional) no dia seguinte. Então nós conversamos com o general …

Ahmet Davutoglu: E as outras forças realmente aproveitaram essa nossa fraqueza. Você diz que está indo capturar esse lugar, e que os homens que estão lá constituem um fator de risco. Você os traz de volta. Você captura o lugar. Você o reforça e envia suas tropas novamente.

Yaşar Güler: Exatamente, senhor. Você está absolutamente certo.

Ahmet Davutoglu: Certo? É assim que interpretei. Mas, depois da evacuação, esta não é uma necessidade militar. É uma coisa totalmente diferente.

7º Slide:

Feridun Siniroğlu: Há algumas mudanças sérias na geopolítica mundial e regional. Que agora podem se espalhar para outros lugares. Você mesmo disse hoje e outros concordaram … Estamos rumando para um jogo diferente agora. Precisamos enxergar isso. Que o ISIL e os outros, todas as organizações são extremamente manipuláveis. Tendo uma região composta de organizações de natureza semelhante constituirá um risco de segurança vital para nós. E quando fomos pela primeira vez ao norte do Iraque, havia sempre o risco do PKK explodir o lugar. Se considerarmos cuidadosamente os riscos e verificarmos… Como o general disse …

Yaşar Güler: Senhor, quando estávamos lá dentro agora à pouco, estávamos discutindo exatamente isso. Abertamente. Quero dizer, as forças armadas sempre são uma “ferramenta” necessária para você.

Ahmet Davutoglu: Claro. Eu sempre digo ao primeiro-ministro, na sua ausência, a mesma coisa no jargão acadêmico, você não pode ficar nessas terras sem força bruta. Sem força bruta não há diplomacia.

8º Slide:

Yaşar Güler: Senhor.

Feridun Sinirlioğlu: A segurança nacional tem sido politizada. Não me lembro de nada assim na história política turca. Tornou-se uma questão de política interna. Todos os discursos sobre defender nossas terras, nossa segurança das fronteiras, as nossas terras soberanas lá, tudo tornou-se política doméstica barata.

Yaşar Güler: Exatamente.

Feridun Siniroğlu: Isso nunca aconteceu antes. Infelizmente, mas …

Yaşar Güler: Quero dizer, há ao menos um dos partidos de oposição que o apoia em um ponto tão sério da segurança nacional? Senhor, isso seria justificável sob o a ótica da segurança nacional?

Feridun Sinirlioğlu: Eu nem me lembro de tal período.

9º Slide:

Yaşar Güler: De que outra forma poderíamos nos unir, se não uma questão de segurança nacional de tal importância? Nenhuma.

Ahmet Davutoglu: Em 2012, não fizemos o mesmo que em 2011. Se ao menos tivéssemos agido de forma séria à época, mesmo no verão de 2012.

Feridun Sinirlioğlu: Eles estavam por baixo em 2012.

Ahmet Davutoglu: Internamente, eles eram como a Líbia. Quem entra ou sai do poder não é de qualquer importância para nós. Mas algumas coisas …

Yaşar Güler: Senhor, para evitar qualquer confusão, a nossa necessidade em 2011 foi de armas e munição. Em 2012, 2013 e hoje também. Estamos no mesmo exato ponto. Para nós é absolutamente necessário encontrar e proteger este lugar.

Ahmet Davutoglu: Armas e munição não são tão necessários para aquele lugar. Porque não conseguimos deixar o fator humano em ordem…

Parte 2 da transcrição (parcial, link: https://www.youtube.com/watch?v=lm7eg0-IjlI)

Feridun Sinirlioglu: Deixem-me dizer o seguinte: é um pequeno pedaço de terra e pela lei internacional, é solo turco, por isso temos todo o direito de fazer uma operação e se a fizermos o mundo inteiro nos apoiaria, não resta dúvida disso.

Yasar Guler: Nós não temos nenhuma dúvida.

Yasar Guler: Essas forças especiais turcas estão esperando lá por um ano! Não planejamos tudo isso ontem. Eles estão esperando há um ano.

Ahmet Davutoglu: Kerry me disse exatamente isso: VOCÊS JÁ SE DECIDIRAM?

Yasar Guler: Sim, já nos acertamos 100 vezes com EUA

Feridun Sinirlioglu: 3 dias atrás americanos vieram para o quartel-general militar e eles tiveram uma reunião de coordenação de crise. Esta é a primeira vez que ouço isso deles.

Yasar Guler: Não, fazemos isso o tempo todo.

Ahmet Davutoglu: Todos devem cumprir seus deveres. Se o embaixador me diz “senhor se eu fizer isso eu vou ser preso, eles prenderão todos”, então o que devemos fazer? Falamos para ele renunciar e encontramos alguém que esteja disposto a fazer o que precisa ser feito. É assim que as coisas funcionam na democracia.


[1] Tumba de Suleiman Shah é, de acordo com o Tratado de Ancara assinado entre França e Turquia em 1921, território turco em solo sírio.
[2] ISIL ou ISIS, da sigla em inglês: Estado Islâmico do Iraque e Levante (Sham em árabe). É grupo islamofascista associado à Al-Qaeda, usado como ferramenta para invasão Síria.



Fonte: Oriente Mídia



quarta-feira, 26 de março de 2014

EUA: a nova lei de “proteção” aos jornalistas visa atingir ativistas online




O Congresso dos EUA está definindo o que é ser jornalista, criando um perigoso precedente que pode reescrever sua famosa Primeira Emenda, ameaçando também a mais poderosa rede de troca de informações na História recente

Por Zaid Jilani, em Alternet / Tradução: Vinicius Gomes

Após a revelação de que o Departamento de Justiça utilizou históricos telefônicos de jornalistas da Associated Press (AP) como parte de uma investigação de vazamento de informações, membros do Congresso reintroduziram o Free Flow of Information Act (Lei de Fluxo Livre da Informação), também conhecido como o escudo federal da imprensa por meio da lei. O princípio básico é proteger jornalistas de ter que revelar fontes confidenciais ao governo.
Chuck Schumer


O maior defensor do projeto de lei é o congressista democrata por Nova York, Chuck Schumer, que alega ter grande suporte de seus pares, incluindo cinco membros do adversário Partido Republicano. Espera-se que a proposta vá para votação em abril.



Mas aqui o diabo se esconde nos detalhes. Enquanto a lei realmente estende algumas proteções para alguns jornalistas, ela é bem particular a respeito de quem ela cobre. A jornalista da AP, Donna Cossata, explica:

“As proteções da lei se aplicariam apenas a “jornalistas cobertos”, definidos como um empregado, contratado independente ou funcionário de uma entidade que dissemina notícias e informações. O indivíduo teria que estar empregado por pelo menos um ano dentro dos últimos 20 anos; ou por três meses dentro dos últimos cinco anos”;

“Ela se aplicaria a estudantes de jornalismo ou alguém com considerável acúmulo de trabalho free-lance nos últimos cinco anos. Um juiz federal também teria a competência de declarar um indivíduo como um “jornalista coberto”, tendo garantidos os privilégios da lei”;

“A proposta também diz que informação será protegida apenas se for disseminada por um meio de comunicação, descrito como “jornal, livros de não-ficção, agência de notícias, site de notícias, aplicativo de celular ou outros serviços de notícias e informação (seja se for distribuído digitalmente ou de outra maneira); noticiários, revistas ou outros periódicos – seja impresso, eletrônico ou em outro formato; televisão e rádios também estão incluídos”.

Quem não está incluído na proposta de lei?

Blogueiros e pessoas que postam em mídias sociais. Em outras palavras, a lei praticamente privilegia jornalistas cujas organizações têm dinheiro – como mídia impressa – ao contrário da mais acessível forma de mídia, onde qualquer um pode disseminar informação rapidamente.

A ironia em deixar de fora os blogueiros de tais proteções por eles não serem importantes o suficiente para o tipo de jornalismo contemplado pela lei é que já existem casos notórios onde estão sendo perseguidos após conseguirem furos jornalísticos. Schumer e outros congressistas patrocinando a lei poderiam facilmente olhar para a coluna Dealbook, do dia 17 de março no New York Times, onde detalha como o gerente de fundos hedge, David Einhorn, está tentado forçar o blog de finanças Seeking Alpha, a revelar quem foi o blogueiro que vazou detalhes de seu investimento na empresa Micron Technology.

Enquanto blogueiros são explicitamente deixados de fora das proteções da proposta, outros, como o WikiLeaks, estão em áreas ainda mais nebulosas. Quando perguntado se o criador do site, Julian Assange, estaria coberto pela lei, Schumer disse não saber; perguntado sobre a organização First Look de Glenn Greenwald, Schumer respondeu que “provavelmente não havia proteção o suficiente para cobri-lo, mas é melhor do que a lei atual”.

A atual proposta perante o Congresso tem o apoio da administração Obama, a qual não fez nenhum estardalhaço a respeito de suas exclusões do novo tipo de mídia jornalística; mas outras ações da administração indicam que o governo leva muito a sério as redes sociais, pelo menos em outros países. Quando o governo turco bloqueou o Twitter recentemente, a Casa Branca fez um anúncio forte defendendo a liberdade de expressão e o valor que as mídias sociais têm nesse país: “Nós nos opomos a essa restrição no acesso do povo turco à informação, a qual sabota sua habilidade em exercer liberdades de expressão e associações, e não vai ao encontro dos princípios de governança aberta”, disse o secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney.

Sem as proteções para as novas mídias e jornalistas não-tradicionais, a Freedom Flow of Information Act, pode muito bem terminar fazendo um pouco mais que juntar uma nova rede de guardiões – organizações de mídias tradicionais que ditam o jogo sobre quais vazamentos serão ou não publicados, ao contrário da relativamente aberta rede social e blogosfera.




Fonte: Revista Forum
Imagens: Revista Forum, Google

Já estamos mergulhados bem fundo na 4ª Guerra Mundial.




Estágio simbólico da atual Guerra Mundial: Há exatos 15 anos, a OTAN bombardeou a Iugoslávia

Por Claudio Gallo*

Sérvio bósnio examina os destroços perto da cidade de Brod, dia 8/9, depois de um ataque por aviões da OTAN, dois dias antes (Reuters)

Se saltarmos fora por um minuto do rio infindável de notícias, podemos ver que já estamos mergulhados bem fundo na 4ª Guerra Mundial.

Começou em 1989 com a queda do Muro de Berlim, que marcou o fim da 3ª, também chamada “Guerra Fria”. O último capítulo da 4ª Guerra Mundial é, obviamente, a fracassada tentativa de expulsar a Rússia da Crimeia, mas, até agora, o estágio mais simbólico ainda é o bombardeio pela OTAN contra a Iugoslávia, que começou dia 24/3/1999, há exatos 15 anos. Foi uma guerra contra Slobodan Milosevic, mas também uma guerra para mudar rumo ao leste a influência e as fronteiras da OTAN.

A Operação Força Aliada, como a OTAN a batizou, consistiu de 78 dias de bombardeio ininterrupto contra a Iugoslávia de Milosevic, com intensidade progressiva, passando, os alvos, de militares, para a infraestrutura civil. Morreram cerca de 200 civis sérvios, como “dano colateral” (contra cerca de 300 que morreram no Kosovo, quase todos albaneses étnicos), enquanto a OTAN virtualmente não teve baixas durante as operações, só alguns soldados mortos em pressupostos acidentes.

A guerra ‘perfeita’

Foi a Guerra Perfeita. O historiador militar britânico John Keegan arrependeu-se quase teatralmente no Daily Telegraph pela velha fé que sempre dedicara aos soldados de infantaria: “Há algumas datas na história das guerras que marcam autênticos pontos de virada (…) Agora temos um novo ponto de virada para marcar no calendário: 3/6/1999, quando a capitulação do presidente Milosevic provou que se pode vencer uma guerra só com poder aéreo.”

Guerra muito limpa, com muitas bombas inteligentes capazes de rachar a Sérvia e só atingir os maus, como sugeriu a propaganda incansável. Apresentar, à opinião pública ocidental, aquela guerra de agressão dentro da Europa Oriental como Guerra Justa não foi, de início, tarefa fácil. Mas os Persuasores Ocultos já tinham, a favor deles, a experiência da Guerra do Golfo de George H. W. Bush. Se a Guerra do Golfo foi a primeira guerra televisionada, vista pela gentil seleção das câmeras da CNN, a guerra da Iugoslávia foi a primeira guerra da internet.

Tinham de achar um gatilho simbólico e acharam: o massacre de Racak, uma vila no Kosovo, onde 45 albaneses étnicos foram mortos pelo exército sérvio, em resposta à morte, a tiros, de quatro policiais sérvios. A narrativa da OTAN fez crer que o bombardeio seria consequência de limpeza étnica de sérvios, mas a verdade foi exatamente o contrário disso: o gatilho para aquela guerra foi a intervenção da OTAN em algumas operações contra a população do Kosovo, no contexto da guerra contra separatistas do Exército de Libertação do Kosovo [ing. KLA] apoiado por EUA e Alemanha.

Vista aérea tomada dia 15/6/1999 da agência central dos Correios de Pristina, destruída pelas bombas da OTAN 
(AFP Photo/Reuters).

O deputado do Partido Labour britânico, Tony Benn (que faleceu há alguns dias), disse no Parlamento: “Seja qual for a legalidade ou a moralidade da guerra lançada contra a Iugoslávia, o bombardeio piorou gravemente a crise de refugiados.”

Richard Gott do (acima de qualquer suspeita) Guardian escreveu que “os repentinos deslocamentos de populações do Kosovo foram disparados pelos bombardeios feitos pela OTAN e pela decisão tomada por governos ocidentais de impor condições impossíveis ao estado soberano sérvio.” Como dito naqueles dias, sempre pelo Guardian: “O KLA foi reabastecido com armas contrabandeadas através da fronteira da Albânia e reocupou vilas que as forças de segurança sérvia já haviam esvaziado.”

Sobre Racak também o (acima de qualquer suspeita) Times teve algumas dúvidas: “A realidade do que aconteceu em Racak continua encoberta por declarações e contradeclarações. O que se sabe é que quatro policiais sérvios foram mortos nos arredores da vila em emboscada feita pelo Kosovo Liberation Army (KLA). Subsequentemente, pelo menos 40 albaneses étnico da vila foram mortos a tiros numa emboscada feita pelos sérvios de madrugada. Os sérvios dizem que todos os mortos eram guerrilheiros do KLA mortos em ação. Os albaneses dizem que eram civis, assassinados depois de capturados.”

Mas não basta um gatilho-pretexto. Para convencer gente você precisa de um conjunto de ideias, porque, apesar da morte de todas as ideias declarada pelo neoliberalismo triunfante, as ideias estão mais vivas do que nunca. A ideia que faltava, então, chamou-se Direitos Humanos. Sejamos claros: quem pode ser contra ‘direitos humanos’? Mas uma coisa são os direitos humanos pelos quais foi morto o bispo guatemalteco Juan Gerardi, assassinado por esquadrões da morte em 1998, por exemplo; e outra coisa é ‘direitos humanos’ como ideia defendida por George W. Bush e Tony Blair.

A ‘humanidade’ como pretexto

Na Grã-Bretanha, para pavimentar o caminho para aquela operação, apareceu em 1997 o New Labour Manifesto. Ali se criou uma ‘política exterior ética’: “O partido Labour quer que a Grã-Bretanha seja respeitada no mundo pela integridade com que conduz suas relações exteriores. Faremos da proteção e da promoção de direitos humanos uma parte central de nossa política externa. Trabalharemos para a criação de uma corte criminal internacional permanente para investigar genocídios, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.”[1]

“Quem fala de ‘humanidade’ trapaceia” – escreveu Pierre-Joseph Proudhon, então citado por Carl Schmitt. Whoever Says Humanity é também título do livro que Danilo Zolo, professor de Filosofia e Direito e de Filosofia do Direito Internacional na Universidade de Florença escreveu naqueles dias.

“No início dos anos 1990s” – diz Zolo –, “a ‘intervenção humanitária’ passou a ser um elemento chave da estratégia internacional dos EUA. Os EUA diziam que a “segurança global” exigia que as grandes potências responsáveis pela ordem mundial passassem a ver como antiquado o princípio de Westphalia, da não interferência na jurisdição doméstica de estados nacionais. A guerra lançada pelos EUA contra a República Federal da Iugoslávia – a guerra no Kosovo em 1999 – finalmente estabeleceu o intervencionismo humanitário como prática. A partir de então a motivação dita humanitária seria tomada explicitamente como causa justa para guerra de agressão. E os EUA resolveram que o uso da força por razões humanitárias seria legítimo… apesar de estar em oposição à Carta das Nações Unidas, aos princípios do estatuto e do julgamento do Tribunal de Nuremberg e em oposição, de fato, a toda a lei internacional em geral.”

Bombardeiro B-52 da Força Aérea dos EUA lança uma carga de bombas M117 de 750 libras, nessa foto de arquivo, não datada
(Reuters/U.S. Air Force Photo)

O filósofo italiano Costanzo Preve deu ao seu livro sobre o bombardeio pela OTAN o título de “O Bombardeio Ético”. Ali, Preve escreveu:

“Os EUA criaram uma situação trágica na qual a filosofia dos direitos humanos universais conflita diretamente com uma caricatura distorcida deles: a ideologia de que se exportariam direitos humanos pela violência armada. No sentido grego original, a palavra tragédia faz referência a situação absolutamente sem saída ou esperança, na qual qualquer decisão, seja qual for, é má decisão. A questão dos direitos humanos é, provavelmente, a mais trágica de nossos tempos.

Por um lado, todos, em todo o mundo têm de ser educados para os direitos humanos. Ainda mais, essa educação tem de ser filosoficamente ancorada num diálogo universal real, sem o preconceito obsceno de alguma ‘superioridade’ ocidental, particularmente a versão mais desprezível daquele preconceito, que nos chega como ordem divina exarada do castelo na colina de Ronald Reagan. Por outro lado, a total subserviência da ONU aos EUA e a seus repugnantes governos fantoches levou a uma condição de ilegalidade internacional rampante.

Ironicamente, o momento de Bomba-bomba-bomba-contra-Milosevic coincidiu na Itália com a chegada ao poder do primeiro primeiro-ministro saído do velho Partido Comunista, Massimo D’Alema. O ex-presidente da República Francesco Cossiga escreveu: “A chegada do ‘comunista’ D’Alema ao Palazzo Chigi (sede do governo) aconteceu com pleno apoio de Washington, em troca da garantia de que a Itália não se retiraria da Guerra do Kosovo.

Ainda mais ironicamente, o bombardeio começou no mesmo ano em que nasceu o euro.

Com o ataque contra a Iugoslávia, o governo Clinton aproveitou a ocasião para demonstrar ao mundo a inconsistência política da Nova Europa, sempre dependente dos EUA. Ao combater a favor da ideologia dos Direitos Humanos no Kosovo, a Europa estava, de fato, obedecendo à agenda imperial.

Para citar o filósofo italiano Diego Fusaro:

“Com o colapso da estrutura bipolar do universo, iniciou-se nova fase de conflitos, todos diferentes, e, ao mesmo tempo, todos já dentro da 4ª Guerra Mundial. Essa é guerra geopolítica e cultural declarada pela Monarquia Universal (MU) contra o resto do mundo. Uma guerra contra todos os povos e nações que não estão dispostos a submeter ao poder da MU, i.e. a suas políticas de dominação mundial mediante o formato mercadoria.”



*Claudio Gallo é jornalista. Trabalha atualmente como editor de Cultura de La Stampa, onde é também editor internacional e correspondente em Londres. Sua principal área de interesse é a política do Oriente Médio.
[1] Esse Manifesto pode ser lido (ing.) em http://labourmanifesto.com/1997/1997-labour-manifesto.shtml [NTs].



Fonte: Oriente Mídia
Imagens: Google, Oriente Mídia

terça-feira, 25 de março de 2014

União Europeia oferece "auxílio econômico" de R$ 8 bilhões à América Latina, sob o lema “Apoiando políticas, conectando instituições"


Novo auxílio econômico foi apresentado na conferência 'EUROsocial', que se propõe a reduzir desigualdade social no continente


Andris Piebalgs
O comissário europeu de Desenvolvimento, Andris Piebalgs, anunciou nesta segunda-feira (24/03) que a UE (União Europeia) vai oferecer um pacote de apoio de € 2,5 bilhões (cerca de R$ 8 bi) à América Latina entre 2014 e 2020 para financiar o desenvolvimento de programas sociais na região.


O novo auxílio econômico foi discutido na conferência “EUROsocial” em Bruxelas, onde representantes de alto nível da UE e da América Latina se reuniram para debater a futura cooperação entre as duas regiões. Sob o lema “Apoiando políticas, conectando instituições", a “EUROsocial” se propõe a desenvolver e implementar políticas para reduzir as desigualdades sociais presentes no subcontinente.

"Este pacote de apoio marca um novo passo na nossa forma de trabalhar com a América Latina e sinaliza nosso compromisso de continuar a apoiar os esforços de desenvolvimento da região”, declarou Piebalgs, responsável pelo evento. “Não estamos virando as costas para este continente; nós estamos olhando para frente, juntos”, completou.


O comissário Europeu de Desenvolvimento, Andris Piebalgs (centro),
anunciou pacote nesta segunda em Bruxelas (Bélgica)
De acordo com o comunicado emitido pelo bloco europeu, a proposta é que o novo financiamento seja focado em questões como segurança; responsabilidade e equidade social; crescimento econômico inclusivo e sustentável; programas de educação; entre outros. "Eu visitei a América Latina várias vezes recentemente e tenho muito orgulho de ver a contribuição da UE para o progresso impressionante que o continente tem feito ao longo da última década. Estou convencido de que, neste novo capítulo na nossa relação, será uma parceria florescente”, disse Piebalgs.

Países beneficiados

O financiamento anunciado nesta segunda vem do DCI (Instrumento de Cooperação para o Desenvolvimento, em inglês), que faz parte do orçamento geral da UE. Para obter esses fundos, 18 países podem se candidatar: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Alguns exemplos de apoios que serão concedidos serão a reforma do sistema de informações de emprego na Colômbia para adequar a procura e a oferta no mercado de trabalho do país; a contribuição na introdução de uma nova lei para as pessoas portadoras de deficiência em Honduras; além da ajuda na implementação de uma nova política de educação fiscal no Brasil.

Contudo, segundo a nota divulgada pela comissão responsável da União Europeia, os países que enfrentam os maiores desafios no continente (Bolívia, El Salvador, Guatemala, Honduras , Paraguai e Nicarágua) terão vantagens na obtenção dos benefícios.






Fonte: Opera Mundi
Imagens: Google, Opera Mundi

sábado, 22 de março de 2014

ADOLF OBAMA


OBA, OBA, OBAMA! QUAL É A SUA, MEU IRMÃO? "PRÊMIO NOBEL DA PAZ"?! QUE FINANCIA MERCENÁRIOS, TERRORISTAS E AGORA BANCA E É AMIGUINHO DOS NEO-NAZISTAS DA UCRÂNIA?! VOCÊ, UM ESPIÃO INTERNACIONAL DE 5ª CATEGORIA, MERECIA MESMO O "PRÊMIO IGNÓBIL DA GUERRA"!!!

OBAMA E O SEU NOVO VISUAL, ENSAIANDO PARA A SUA PROVÁVEL IDA A KIEV.
CHARGE / MAURÍCIO PORTO



Fonte: LADEIRAS DO SILÊNCIO


sexta-feira, 21 de março de 2014

Canadá nomeou embaixador na Venezuela especialista em conflito e mídias sociais


Ben Rowswell é recebido na Embaixada do Canadá em Caracas.
Diplomata já atuou no Iraque, Afeganistão, Somália e Egito

Ben Rowswell esteve no Afeganistão e Iraque e se especializou no aproveitamento das mídias sociais para missões diplomáticas


Ben Rowswell (à direita) durante visita à Praça Tahrir, no Cairo,
epicentro dos protestos no Egito

Em meio a manchetes dominadas pela situação da Ucrânia, essa notícia passou quase despercebida no final de fevereiro: Ben Rowswell substituiu Paul Gibbard como o embaixador canadense na Venezuela, como estipulado pelo ministro de Relações Exteriores, John Baird.

Mas uma rápida olhada para o passado dele dá um significado especial à sua promoção, especialmente como opositor da escalada de protestos na Venezuela.


Ben Rowswell e General Sheila Fraser
no Afeganistão
Descrito em 2010 como uma “estrela ascendente do serviço de relações exteriores” pelo jornal Toronto Star, Rowswell foi o representante diplomático oficial do Canadá em uma série de locais importantes no Oriente Médio. De Candaar, no Afeganistão, até Cabul e Iraque imediatamente depois da queda de Saddam Hussein, Rowswell se tornou especialista em representar os interesses do Canadá no calor do conflito.

Aos 22 anos, ele teve um batismo de fogo nas relações exteriores, trabalhando em Mogadíscio durante a guerra civil da Somália no começo dos anos 90. Ele prosseguiu para a embaixada do Cairo, de 1995-1998.



Um diplomata da era digital, ganhou o título de “diretor de Inovação” no Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior canadense.

Enquanto supervisionava as "transições democráticas" no Afeganistão, Iraque e Egito, o adido incipiente se especializou no aproveitamento das mídias sociais para as missões diplomáticas, a fim de interagir diretamente com atores não-estatais, e de fato contornando o governo do país de destino.

Em 2011, Rowswell deu uma palestra fascinante para a plataforma TED na Universidade de Hayward, na Califórnia, que delineou sua visão sobre o poder das mídias sociais para moldar a democracia. Ele se concentrou no Egito pós-Mubarak, antes da eleição de Mohammed Morsi.

Ele detalhou como noções de raça, etnia e classe podem ser deixadas de lado na hora de se organizar por meio de plataformas de mídia social. Ele teorizou que a internet permite a "democracia de código aberto", permitindo aos indivíduos trocarem ideias como iguais.

Mas vamos olhar para essa ideia no contexto da Venezuela, onde as classes média e alta são mais propensas a ter acesso regular à internet. O Twitter e o Facebook têm sido as ferramentas escolhidas pela oposição nos últimos meses, tanto para organizar protestos como para pedir apoio internacional.

A própria Revolução Bolivariana nasceu há 15 anos a partir de movimentos sociais massivos e desde então tem experimentado muitas formas revolucionárias de participação democrática. Mas o conceito deles é diferente do que Rowswell e outras potências ocidentais têm em mente.

Depois da tentativa de golpe de 2002 e das mobilizações de massa que restauraram Chávez ao poder, a causa do socialismo foi retomada com maior entusiasmo. Desde o seu início, o governo bolivariano criou instituições que, embora não expropriem o capital diretamente, têm desafiado suas perspectivas de longo prazo.
As cooperativas e propriedades coletivas de trabalhadores atuais existem lado a lado a conglomerados empresariais e investimentos privados. Existe uma forma de dualidade de poder na Venezuela, e dentro dessa balança, um abismo de classes expandido pela mudança de autoridade.

O governo canadense já deixou claro que os seus interesses estão fora das décadas de organização lideradas pelas massas venezuelanas. Um moção que recebeu aprovação unânime de todos os partidos na Câmara dos Comuns e patrocinada pelo crítico de negócios estrangeiros da NDP (Novo Partido Democrático), Paulo Dewar, efetivamente condenou as tentativas do governo venezuelano de lidar com os protestos recentes.

A declaração foi aprovada tanto por conservadores como por liberais, incluindo o parlamentar Jim Karygiannis que tem sido extremamente crítico ao governo venezuelano.

Rowswell também argumentou que a mídia social pode criar transparência. Entretanto, a oposição da Venezuela forneceu ampla evidência do contrário. Muitas fotos da Turquia, da Ucrânia, do Brasil, e até mesmo da Síria circularam pelas redes sociais com a intenção de provocar indignação com o tratamento dos manifestantes na Venezuela. Durante a cerimônia do Oscar, a oposição foi ao Twitter reclamar que a cerimônia tinha sido censurada. A verdade é que o Oscar foi ao ar pela TNT, na Venezuela, um canal a cabo.


O Canadá, além disso, sabe como travar campanhas na internet e não vai ficar atrás. Poucas horas depois da nomeação de Rowswell, uma nova conta da Embaixada apareceu no Twitter. Adam Goldenberg, liberal e ex-porta-voz de Michael Ignatieff, tuitou em resposta: "Parabéns, Ben! Excelente escolha, ministro, por todos os tipos de razões”. Como sempre, a política externa imperial do Canadá é um assunto bipartidário.

Essa nomeação não é prova de que o governo canadense e a oposição venezuelana estão conspirando um ataque contra o presidente Nicolás Maduro. Apesar de que golpes violentos realizados por uma minoria estão longe de ser uma coisa do passado, os planejadores de políticas canadenses entendem que a transformação da oposição em um movimento de massa seria uma maneira muito mais eficiente de proteger seus interesses, com menos reação internacional.


Rowswell é o melhor homem para incentivar essa contrarrevolução "democrática", dada sua linhagem. Ele certamente sabe como interagir com as classes médias raivosas no Twitter. Como os protestos continuam, seria prudente ficar de olho na embaixada canadense em Caracas.


* Originalmente publicado no Venezuelan Analysis


Fonte: Opera Mundi
Imagens: Opera Mundi, Google


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