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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Observatório exige fechamento da Escola das Américas

 

No esforço de concretizar o fechamento da Escola das Américas, demanda exigida há mais de 20 anos, integrantes do Observatório da Escola das Américas (SOAW, por sua sigla em inglês) participaram na última segunda-feira (17) de reunião com Denis McDonough, vice-presidente da atual administração estadunidense para assuntos de segurança nacional.

Sobreviventes da tortura, líderes religiosos e sindicais, membros do Congresso e acadêmicos, apoiados por ativistas e organizações de direitos humanos do mundo todo foram ao encontro de um dos mais altos funcionários da Casa Branca para explicar porque a Escola das Américas deve encerrar já suas atividades.

O motivo da demanda é simples. A Escola das Américas, fundada em 1946 no Panamá e transferida em 1984 para Fort Benning, na Geórgia, é chamada por muitos de "A Escola de Assassinos”. Nas palavras de Jorge Illueca, que já foi presidente do Panamá, esta iniciativa é "a base maior para a desestabilização na América Latina”. O motivo é que, de acordo com o Observatório, a Escola serve unicamente para ensinar lições de crueldade, tortura e repressão.

Em seus 66 anos de funcionamento, já treinou mais 60 mil soldados de países da América Latina em técnicas de combate, táticas de comando, inteligência militar e técnicas de tortura. Hoje, chamada de Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação de Segurança (WHISC, por sua sigla em inglês) continua em plena atividade e treina, por ano, mais de mil soldados de diversos países.

Os egressos desta "Escola” são conhecidos pelas torturas, violações, assassinatos, desaparecimentos e massacres. Ao retornarem a seus países, os soldados e oficiais treinados na Escola das Américas perseguem defensores/as de direitos humanos, sindicalistas, pobres, campesinos e demais ativistas que lutam por direitos. Eles são conhecidos também por agirem brutalmente nos períodos de ditadura.

Apesar da persistência do funcionamento desta iniciativa erroneamente chamada de Escola, alguns avanços vêm acontecendo nos anos de luta pelo seu fechamento. Neste mês, o presidente nicaraguense Daniel Ortega assegurou que o país retirou suas tropas e não as enviará mais para serem treinadas na Escola das Américas.

No último dia 4, uma delegação do Observatório da Escola das Américas, conduzida por seu fundador, o sacerdote Roy Bourgeois, se reuniu com Ortega para solicitar o fim do envio das tropas nicaraguenses. Na ocasião, o presidente assegurou que já vinha reduzindo o envio de soldados e afirmou a decisão de retirar totalmente as tropas nicaraguenses.

O mesmo foi feito pela Argentina, Bolívia, Uruguai, Venezuela e Equador. Já Colômbia, Chile, Peru, Panamá, Honduras, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, Costa Rica, Paraguai, México, Jamaica, Belize e Brasil continuam a enviar soldados e oficiais para receberem treinamento nesta academia militar.


Fonte: Adital 

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 Relembrando 2011

América Latina volta às aulas: surge a nova Escola das Américas. 

Agora dissimulada como uma rede educacional
 

Durante as décadas de 1970 e 1980, a Operação Condor assumiu na América Latina a maciça eliminação de combatentes, principalmente, dos comunistas, utilizando as torturas, violentos desaparecimentos e assassinatos, além da implantação de ditaduras. Vários ditadores latino-americanos cursaram e foram treinados na famigerada Escola das Américas, agora sediada no Fort Bening, no Estado da Georgia (EUA).

Hector Timmerman

Hoje, a denominada rede educacional Academia Internacional para o Cumprimento da Lei (Institute for Law Enforcement Administration/Ilea), assumiu de forma mais dissimulada o papel da Escola das Américas. No dia 9 do mês passado, Hector Timmerman, ministro de Relações Exteriores da Argentina, denunciou a existência de um "pacote" de aulas de torturas e técnicas de golpe de Estado oferecido a policiais argentinos pela Ilea em um de seus centros educacionais, sediado em El Salvador.


Timmerman assemelhou a Ilea com a famigerada Escola das Américas, na qual, foram treinados por várias décadas indivíduos como o terrorista e, posteriormente, agente da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA Luis Posada Cariles, e muitos outros assassinos dos serviços especiais dos EUA.


Sob o título "Denúncia do ministro do Exterior da Argentina provoca revelações sobre as escolas de terror", a rede alternativa Rebelion trouxe mais revelações sobre o tema. Segundo denúncias do investigador Frank Flores, "a rede educacional Ilea dispõe de vários institutos para treinamento de policiais e militares em modernas técnicas de repressão, funcionando em Budapeste (Hungria), Bangcoc (Tailândia), Gaborone (Botswana), San Salvador (El Salvador) e Russel (Novo México/EUA)".


Ainda, de acordo com as denúncias de Flores, "Benjamin Cuellar, diretor do Instituto de Direitos Humanos da Universidade Centro-Americana de El Salvador, constava da folha de pagamento da Ilea".


Obra de Clinton


Prosseguindo, Flores revela que "os recursos da rede educacional Ilea e a famigerada Escola das Américas provêem da mesma fonte" e destaca que "neste momento estão sendo treinados na Ilea agentes policiais e militares do México, Guatemala, Honduras, Colômbia, Argentina e alguns outros países das Américas, enquanto papel protagonista desempenha o centro de treinamento da Ilea para América do Sul, situado em Lima (Peru), onde estão sendo treinados agentes policiais e militares para repressão de movimentos guerrilheiros e o "combate do terrorismo".

Bill Clinton

 O planejamento da Ilea foi aprovado pelo "democrata" então presidente dos EUA, Bill Clinton, e inclui troca de informações ou, mais precisamente, espionagem. Da Ilea de San Salvador são escolhidos os "alunos" mais capazes e enviados ao Fort Bening, onde militares latino-americanos são treinados em práticas de repressão e torturas. Em seguida, são enviados para aperfeiçoamento ao Fort Guacatsa, no Estado de Arizona, onde foram treinados os militares torturadores das prisões do Iraque.

"Constitui ironia - diz Flores - o fato de que a "sucursal" da Ilea em San Salvador encontra-se em Santa Tecla, cujo prefeito é membro da Frente Farabuto Marti de Libertação Nacional (FFMLN). Também, o ministro de Relações Exteriores de San Salvador, Ugo Martinez, jamais manifestou sua oposição à instalação desta academia em seu país".


A Ilea instalou-se em San Salvador por ocasião da assinatura do Acordo de Livre Comércio com a América Central e o Caribe (Cafta), a pretexto de segurança militar. Contudo, as ações da CIA e a posição do Governo Funes, de San Salvador, já criaram violentas reações da FFMLN, que apoiou a eleição de Funes.

 

Fonte: klepsudra 

Imagem: Google (colocadas por este blog)


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