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segunda-feira, 12 de março de 2012

Militaristas ianques ameaçam a Alba



Na semana pasada, o general Douglas Fraser, chefe do Comando Sul dos Estados Unidos desde 2009, compareceu a uma sessão do Congresso norte-americano, onde
intempestivamente desferiu ataques aos países da Alba, em particular a Venezuela.

Segundo ele, há “crescentes níveis de violência e persistente instabilidade econômica”, e, no caso específico da Venezuela, de Cuba, da Bolívia e do Haiti, “persiste a turbulência geopolítica”, cenários estes que “terão um impacto sobre cidadãos e militares estadunidenses na região”. O general também criticou a relação da Venezuela com o Irã e, voltando a levantar uma tese surrada que tem sido pretexto para invocar o militarismo e agrupar as forças de direita, criticou a falta de uma maior atividade na luta contra o narcotráfico.

Não é a primeira vez que os militaristas estadunidenses atacam a Venezuela, sua política externa, suas alianças internacionais e sua política de segurança em relação ao combate ao tráfico de drogas.

Outrossim, os chefes do Comando Sul em outras ocasiões vincularam o governo revolucionário de Hugo Chávez às guerrilhas colombianas, carimbando-o como aliado do “narcoterrorismo”, forma depreciativa e eivada de intenções golpistas e intervencionistas de se referir aos movimentos insurgentes do país vizinho. Agora, a Venezuela ingressa em mais uma campanha eleitoral, na qual está em disputa a Presidência da República, hoje o vértice de um proceso revolucionário democrático-popular e anti-imperialista, liderado por Hugo Chávez, candidato à reeleição.

Fica inequívoca a intenção política de introduzir no debate temas que se convertam em bandeiras da esquálida oposição, cada vez mais isolada e vazia de ideias para o país bolivariano. O general vai da caserna à casa legislativa estadunidense para levantar uma bandeira, a ser usada pelos políticos democratas e republicanos, assim como pelos veículos da mídia pró-imperialista neste período de campanha eleitoral.

O tema não é estranho às forças progressistas brasileiras solidárias com a Revolução bolivariana. Também no Congresso Nacional sediado em Brasília, intermitentemente ouvem-se vozes deblaterando contra a “corrida armamentista” promovida por Chávez na América do Sul, o que constituiría uma ameaça ao Brasil. Os conservadores no Senado brasileiro chegaram a usar o argumento para justificar manobras protelatórias da aprovação do ingresso da Venezuela no Mercosul.

Os argumentos do general Fraser não são inteiramente novos. Já na altura em que foi criada a Quarta Frota da Marinha de Guerra dos Estados Unidos, em 2008, os militaristas do Pentágono batiam na tecla surrada da instabilidade, do combate ao narcotráfico e ao terrorismo para justificar ter engendrado o monstrengo. A novidade agora é o ataque direto à Alba e a menção ao Haiti, país que recentemente manifestou a intenção de ingressar no organismo de integração solidária.

Isto só encontra explicação no papel crescente que a Alba vem desempenhando na região e no mundo, não apenas como protótipo de integração econômica, política e social solidária, longe da influência nefasta dos latifundiários, das multinacionais e do capital financeiro. A Alba afiança-se cada vez mais como um polo de irradiação de ideias progressistas, solidárias, internacionalistas, anti-imperialistas na região da América Latina e Caribe. Suas reuniões de chefes de Estado e governo são tribunas de donde as lideranças emergentes de uma nova América, a “nossa América” prefigurada por José Martí, falam como a voz dos oprimidos e espoliados, dando agora o grito da segunda e definitiva independência. São significativos os seus pronunciamentos e resoluções não apenas sobre temas econômicos, comerciais, diplomáticos e políticos regionais, mas também de interesse mundial, onde se expressa de maneira inequívoca a defesa da paz, de uma nova ordem política e econômica internacional, a luta contra as agressões dos Estados Unidos e da Otan e contra as ameaças de ataque à Síria e ao Irã.


As declarações do general Fraser devem soar para as forças progressistas da América Latina e Caribe como um sinal de alarme quanto às intenções intervencionistas do Pentágono na região, que vai muito bem, obrigado, em termos de estabilidade política e defesa da paz e de sua segurança.


Por isso, é importante desvendar e denunciar o que
significa este departamento do grande complexo militarista estadunidense. O Comando Sul é um dos nove comandos que operam fora do território estadunidense, comparável aos que essa potência imperialista mantém no Golfo Pérsico e no Mediterrâneo, entre outras regiões. Este Comando cobre uma área de 24 mil quilômetros quadrados e conta com mais de 20 mil efetivos militares. É nessa estrutura que se encaixa a famigerada Quarta Frota, desativada depois da 2ª Guerra Mundial e recriada no apagar das luzes do mandato do ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em 2008.

O imperialismo estadunidense sempre considerou a América Latina e o Caribe como o seu “quintal” e as águas dos Oceanos Pacífico, Atlântico e Mar das Caraíbas que banham os países da região como o “mare nostrum” norte-americano. Seus planos neocolonialistas seguem mais vigentes do que nunca. A Revolução bolivariana e os governos democráticos e patrióticos da região são, na visão dos estrategistas do Pentágono, obstáculos a remover. É mais atual do que nunca a luta anti-imperialista e contra os planos militaristas dos EUA.


Fonte: vermelho.org.br
Imagem: Google (colocadas por este blog)

3 comentários:

maria disse...

Olá BURGOS: a história se repete, e os cabras não se dão conta!
Para o comando do Oriente Médio, o império inventou a guerra ao terror.
Para o comando da África, está a repetir a dose.
Para o comando da América Latina, a invenção é guerra ao narcotráfico,à `violência urbana e proteção do meio ambiente.
Para o comando europeu, inventa-se uma crise para proteger os mercados e acabar de privatizar o que resta.
Estou prevendo, mas isto é só previsão, que para Rússia, Indonésia, Brasil, a invenção será a mesma aplicada aos tigres asiáticos (Indonésia, Filipinas, Coréia do Sul) e, por sinal, a mesma já aplicada ao Brasil (era FHC), ou seja, misto de boataria financeira e hiperinflação. Pena que a Dilma não seja um Putin de saias,mesmo com todos os defeitos dele. Abraços

P. P. P. disse...

Eita Maria!

Dilma, nem mesmo um Lulinha de saias consegue ser.

Lembranças, no verão mais quente de Teresópolis.

maria disse...

Mas não é que tu tens toda razão P.P.P.! Abraços

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